Marcelo Tas- Rá-tim-bum

Alguns fragmentos da entrevista de Marcelo Tas para a Revista pop-up (outubro de 2010) com a sua opinião sobre o nosso programa referência/ inspiração/ musa: "Rá-tim-bum" e sobre a juventude de agora!   ;)

(Leia a revista e a matéria na íntegra clicando aqui!)

O processo

Usar das referências adquiridas pra compor um quadro não é lá uma tarefa das mais fáceis, mas, que é muito legal, isso não posso negar.

Hoje teremos uma reunião para definir os quadros que entrarão no programa. Cada integrante responsável pela concepção de ao menos três quadros, irá apresentá-los acompanhado de um breve resumo. Destes, apenas seis serão efetivamente produzidos.

Nas idas e vindas a Biblioteca, encontrei o livro "Aprender Brincando". O livro é muito bacana, e está focado na construção do caráter da criança com propostas de jogos, que devem ser motivadas pelos pais e em que ambos participam e aprendem.
Este livro rendeu muitas ideias, e também um novo olhar em relação a educação voltada aos pequenos. Algumas vezes, ideias das mais simples como anotar um novo aprendizado, seja ela uma palavra descoberta no dicionário, podem ter resultados muito positivos. E o aprendizado é algo que é construído a longo prazo, e que irá compor o caráter e os valores dessa criança.

Glauber Alves

Referências estéticas

Um quadrinho interessante montado a partir de possíveis referências estéticas para 3 dos 6 quadros do programa. ;)

Poucos sabem a respeito, mas Jean-Luc Godard também fez algumas coisas brilhantes para televisão! Em 1977 ele e a esposa Anne-Marie Miéville produziram uma minissérie em 12 episódios que cutucavam as convenções e máscaras sociais de modo filosófico, indo em direção contrária ao que era exibido e disseminado pelas emissoras naquela época.
Os episódios eram divididos por assuntos, como "escuro/química", "luz /física", "violência/ gramática"... A principio, o tema era ilustrado através de uma edição quase poética e experimental que relatava algo sobre a vida e cotidiano da sociedade, depois alguma criança era entrevistada de modo direto e claro com perguntas bem cascudas (acredito que, na televisão, Godard foi o primeiro a não tratar as crianças como imbecilóides inferiores, subestimando suas capacidades) extraindo delas reflexões e pensamentos filosóficos que seriam discutidos por ele e sua esposa logo após a exibição da entrevista.
Parece um pouco arrastado e cansativo a nossa primeira vista acostumada ao ritmo videocliptico das coisas, mas é de longe uma ótima e precursora tentativa de fazer da televisão um lugar diferente ;)

fonte: (http://armchairc.blogspot.com.br/2012/06/francetourdetourdeuxenfants-jean-luc.html)

Bruno Bachy.

Está dada a largada do diário de produção do programa Alakazoom!

 Agora com o orientador do nosso projeto definido e muitas expectativas e idéias pulando da cabeça e se tornando realidade, a euforia inicial começa a sossegar o facho e a vista começa a enxergar os detalhes imprescindíveis para que o projeto tome forma!
 Referências são primordiais! Temos um pouco menos de um ano para produzir o nosso programa infantil para crianças entre 3 e 6 anos e, certamente, neste curto espaço de tempo não conseguiremos cometer todos os erros possíveis ou, se quer, fazer uso das idéias e soluções mais assertivas.
 Obviamente algumas das referências principais do nosso projeto já estão estabelecidas e dificilmente mudarão a esta altura do campeonato (por exemplo, o programa “Rá-tim-bum” exibido nos anos 90 pela TV cultura e dirigido por Fernando Meirelles). No entanto, a primeira dica de ouro nos foi dada!
 A euforia, esta traiçoeira, restringiu nossa primeira “garimpagem” ao território nacional! Percebendo esta deficiência, o orientador nos sugeriu dar uma procurada em produções internacionais que já receberam prêmios e indicações que atestassem sua qualidade, para criarmos parâmetros e desenvolvermos idéias partindo de uma visão global do assunto!
 E então.... “ALAKAZOOM!” Em um passe de mágica nos foi revelado todo um universo de programas infantis incríveis através dos indicados ao British Academy of Film and Television Art s (BAFTA), mais especificamente a categoria “Pre-school Live action”.
 A premiação é anual e reconhecida internacionalmente por sua avaliação criteriosa e rigida em relação a programas de televisão, cinema, vídeo-games e outras formas de animação.
 Para comprovar segue uma pequena lista de vencedores e indicados dos últimos 5 anos ao BAFTA na categoria “Pre-school Live action”:

JUSTIN´S HOUSE

Sim, basicamente o programa é “A casa do justin”... mas, cabe a pergunta: Quem é Justin?!
Justin Fletcher: este senhor é a Xuxa do Reino Unido! Obviamente, não querendo ofendê-lo e nem super estimando a Xuxa, a comparação é válida, pois o ator está no ar com seus personagens e programas desde 1997 com aprovação geral da criançada! No Próprio BAFTA ele foi nomeado a categoria “Melhor apresentador” pela escolha das crianças nos anos de: 2007,  2008,  2010 e 2011,  ganhando o prêmio em 2008 e 2010!
 Justin´s House, em 2012, ganhou o prêmio de melhor programa “live action” para o publico pré-escolar!
 O programa exibido pela BBC tem um formato “teatrão” com uma platéia FORRADA de crianças muito entusiasmadas e 100% presentes durante todo o show, o que gera um clima agradável de festa, mas também ensina e estimula! Pontos positivos para o cenário surrealista lúdico e os personagens cativantes como o do seu colega de cena, homem-robô!

GRANDPA IN MY POCKET

 A idéia é simples: e se o seu avô peralta tivesse acesso irrestrito às pílulas de nanicolina do Chapolim colorado?!
 É exatamente o que acontece neste show, o “Grandpa” possui uma boina mágica e, toda vez que a veste, encolhe para o tamanho de uma caneta bic! O Neto, seu melhor amigo e cúmplice também protagoniza as aventuras do programa. Pontos positivos: o avô encolhido correndo pela casa (assista e entenda quão divertidas são essas cenas), a relação afetuosa do garoto com o avô e toda a sua família, em especial com a mãe amalucada que sempre encontra um hobby diferente, e também o ritmo da narrativa, suficientemente tranqüilo para que os pré-escolares acompanhem e ágil o bastante para não arrastar a historia (que só dura cerca de 11 minutos).


 

BOKABOO

 Este programa é incrível! Só posso começar a descrevê-lo desta maneira! Os criadores de Bokaboo, ao perceberem que o antigo hábito de “ler para os filhos” estava se extinguindo resolveram criar um programa que apresentasse os prazeres de se compartilhar um tempo de leitura com a família!
 Como fazer isso?! Um personagem cativante (um cachorro roqueiro, baterista de uma banda ao estilo “TV colosso”), celebridades (que vão ao estúdio de Bokaboo para, “ao acaso” terminarem lhe contando uma história em um livro) e tudo o que existe de mais moderno e atrativo em relação aos cenários, animações e música... Bingo!
 Nada como contextualizar um antigo e  saudável ao hábito no tempo e cultura das crianças de agora! Sucesso certeiro! Bokaboo ganhou o prêmio de “Pre-school Live action” em 2011!
 





Y DIWRNOD MAWR/ MY BIG DAY

 Este programa é a prova cabal de que as crianças gostam de se ver, se ouvir e principalmente conhecer e refletir! Simples, como um bom documentário deve ser, o programa vai direto ao ponto e mostra “o grande dia” na vida de alguma criança ao redor do mundo! Como Sion um garotinho aspirante a fazendeiro que quer vender a sua ovelha chamada John Perry!
 Leve, objetivo e hipnotizante!


http://vimeo.com/13005782 (acesse o vídeo no vimeo ;) )
 

SOMETHING SPECIAL

Sim, Justin Fletcher está de volta e acompanhado de toda a família “Tumble” interpretado por ele mesmo!
 Basicamente a idéia do programa é trabalhar com a inclusão social de crianças com necessidades especiais e defasagem de aprendizado! O programa também trabalha a idéia de que TODAS as crianças são “especiais”. Entre outros pontos positivos está a utilização da linguagem de libras durante todo o programa e também a naturalidade durante a abordagem de temas mais pesados para as crianças como "cirurgias", por exemplo.




 Ta vendo?! Obviamente que nem tudo são flores na televisão, inclusive/ principalmente, na televisão brasileira. No entanto, os bons exemplos também estão ai, flutuando na rede e no inconsciente coletivo para serem usados, transformados e principalmente absorvidos pelo público carente deste tipo de programação!
 
Bóra tocar o barco com a gente?!


Bruno Bachy.